As medidas de austeridade impostas aos pensionistas,
bem como os cortes previstos para as pensões de reforma deixam pairar um certo temor
sobre o futuro de muitos reformados. Na minha opinião, é uma questão de injusta
social castigar aqueles que durante muitos anos deram o seu importante
contributo à economia portuguesa.
As notícias recentes mostram que a Segurança Social
encontra-se muito perto dos seus limites de sustentabilidade principalmente devido
à diminuição das contribuições e quotizações dos trabalhadores e das empresas (do
lado da receita) e às prestações de desemprego e ao envelhecimento da população
(do lado da despesa).
Em 2013, a principal medida que o Governo encontrou
para minimizar essas despesas, foi a criação de uma contribuição extraordinária
de solidariedade (CES) para as pensões de reforma acima dos 1350 euros, que só
por si gerou muita controvérsia. Mas quando comparamos o 1.º trimestre do ano,
com as previsões para o próximo ano, podemos afirmar que este ano será “brando”
para os pensionistas. Em 2014, as pensões de reforma, como tudo indica, irão sofrer um corte acima dos 5%.
Ainda permanecem muitas “sombras” sobre as intenções
do Governo na área das pensões de reforma, especialmente, sobre a aplicação da
futura taxa universal e única, mas a realidade aponta para que os futuros
reformados tenham uma pensão magra, o que certamente não irá corresponder aos
anos de serviço que prestaram ao País. Neste caminho, infelizmente,
envelhecimento significará empobrecimento.
in Espaço Opinião do Diário de Notícias da Madeira.