Todos sabemos que o desemprego é um
problema e uma constante no nosso país. Os falhanços das previsões do Governo
em relação às taxas de desemprego são igualmente uma constante. Após as
estimativas terem falhado em 2012, voltaram a falhar no primeiro trimestre deste
ano. Em 2013, o Governo prevê que a taxa de desemprego atinja os 18,2%. Esta
nova previsão do Governo assusta-me e deixa-me pouco confiante. Será que iremos
ter uma nova derrapagem?
Ainda mais preocupante é o número de
beneficiários das prestações de desemprego ter diminuído em Março, ou seja,
actualmente mais de 55% dos desempregados não recebem qualquer apoio do Estado.
É também preocupante saber que o Governo
está a preparar rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. O
facto do Sr. primeiro-ministro considerar, estas rescisões como “janelas de
oportunidade”, é também motivo para ficar algumas noites sem dormir. Como é que
num país onde oportunidades são o que menos se encontra, uma rescisão é uma
“janela de oportunidade”?
É importante que o Governo perceba que
temos uma enorme dívida para pagar, e a melhor maneira de pagá-la é através da
criação de mecanismos que façam com que 1/5 dos trabalhadores desempregados
possam produzir, ou seja, possam desenvolver a sua actividade laboral e
económica no país que os viu nascer. Não é por acaso, que os portugueses são
elogiados pelo seu profissionalismo, um pouco por todo o Mundo. São realmente,
trabalhadores eficazes e cumpridores, mas para isso, precisam de oportunidades,
precisam de incentivos, precisam que o país precise deles. Está na hora de
criar postos de trabalho, ao invés da extinção dos mesmos.
in Espaço Opinião do Diário de Notícias da Madeira.
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